terça-feira, 21 de abril de 2009

Aula: Avaliação Clínica do paciente com Doença Renal

História Clínica

Poucos sinais e sintomas
Valorizar informações coletadas

Alterações da Micção

Normal: 4 – 6 vezes ao dia
Não deve acordar mais do que 1 vez para urinar
*Polaciúria: aumento da freqüência, com eliminação de pequenos volumes. Causas: processos inflamatórios e/ou infecciosos da bexiga e uretra, ansiedade, após desobstrução.
*Urgência Miccional: é a sensação de necessidade impreterível de urinar. Causas: infecção do trato urinário (ITU), quadros neurológicos, emocional.
*Disúria: dor, ardência ou desconforto à micção. Referida pelo paciente no meato uretral, sendo geralmente causada por infecção.
Estrangúria: a dor se acentua no final da micção - VESICAL
Ao iniciar: uretral.
*Nictúria: predomínio da diurese noturna. Indica perda da concentração urinária. Geralmente presente nas fases iniciais da insuficiência renal crônica, hipertrofia prostática benigna, diabetes melito e ITU.
Outra causa: excesso de líquido retido na periferia retorna a circulação com o decúbito, como nas hepatopatias e na insuficiência cardíaca congestiva.
*Incontinência urinária: perda involuntária de urina, que pode ocorrer após esforços, devido à incompetência esfincteriana, na retenção urinária após transbordamento, fístulas urinárias, cirurgias abdominais e/ou pélvicas e tumores.
*Retenção urinária: incapacidade de eliminar. Causas: doenças neurológicas, inflamatórias e ou infecciosas, afecções uretroprostáticas, descongestionantes nasais ou antigripais (?).
Globo vesical é palpável.
*Enurese: micção involuntária e inconsciente. Fisiológica até os 4 anos. Ocorre principalmente durante o sono, pode ser primária ou secundária (emocional?).

Alterações no Volume urinário

Normal: 700 e 2000ml.
*Oligúria: igual ou inferior a 400ml/dia. Causas: estados hipovolêmicos, lesão renal glomerular, tubular ou obstrutiva.
*Poliúria: igual ou superior a 2500ml/dia. Causas: ingestão hídrica excessiva (polidipsia psicogênica), diurese osmótica (diabetes melito descompensado), falta ou redução do ADH (diabetes insípido central), resistência ao ADH (diabetes insípido nefrogênico).
*Anúria: inferior a 100ml/dia. Causas: obstrução dos ureteres e artérias renais, necrose cortical bilateral.

Alterações das características da urina

1) Turva:
a) Piúria: Infecção
b) Fosfatúria: desaparece após pingar 1 a 2 gotas de ácido clorídrico.
2) Avermelhada:
a) Hematúria
*Início ou final: trato urinário baixo.
*Toda a micção: rim, ureter ou bexiga.
*Macroscópica (visível) ou Microscópica
b) Hemoglobinúria: distúrbios intravasculares
c) Mioglobinúria: destruição muscular maciça.
3) Acastanhada:
a) Colúria
b) Porfiria
c) Drogas (nitrofurantoina, metronidazol).
4) Isostenúria: excreção de urina com a mesma osmolaridade que a do plasma. Ex. Anemia Falciforme.

Dor renal

*Flanco ou na região lombar entre a 12ª costela e a crista ilíaca e às vezes ocorre irradiação anterior. Causas: Obstrução, Infarto e Necrose.
*Sinal de Giordano: punho-percussão da loja renal.

Edema

*Regiões periorbitárias.
*Extremidades inferiores.
*Glomerulopatias agudas: intensidade periorbitária é maior pela manhã e nos membros inferiores no período vespertino.
*Síndrome nefrótica: Edema intenso; Anasarca.

História Pregressa e Familiar

*Diabetes
*Hipertensão
*LES, poliarterite nodosa, artrite reumatóide e esclerodermia.
*Infecções da orofaringe
*Traumatismo e Cirurgia Prévia

Exame Físico

*Hálito
: Amoniacal no paciente urêmico
*Pele
a) IRC: Pálida (amarelo-palha); Seca e descamativa.
*Unhas
a) Lyndsay: Metade proximal é pálida e a metade distal é rósea. Presente na IRC.
b) Linha de Muehrcke: única linha branca transversal. Presente na Síndrome Nefrótica.
* Pressão arterial e pulsos periféricos

Fundo de Olho
Avaliar a repercussão sistêmica e microvascular de doenças como hipertensão arterial e diabetes, geralmente envolvidos na gênese de doença renal crônica.

Aula ministrada no dia 23 de abril de 2009, pela acadêmica Sheila Ferraz.
Referências Bibliográficas:

1- CUVELLO NETO, A. L.; YU, L. Avaliação Clínico-laboratorial do Paciente com Doença Renal. In: LOPES, A.C., Tratado de clínica médica, V.2. São Paulo: Roca, 2006. P. 2768 - 2779.

2- RIELLA, M. C. et al. Avaliação Clínica e Laboratorial da Função Renal. In: RIELLA, M. C. Princípios de Nefrologia e Distúrbios Hidroeletrolíticos Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S.A., 2003. Pág. 267 – 272.

3- Dicionário Médico Ilustrado Dorland. São Paulo: ed. Manole, 28ª edição, 1999.